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Apresentando vozes jovens no Dia Internacional dos Povos Indígenas de 2018

9 de agosto é reconhecido e celebrado no mundo inteiro como o
Dia Internacional dos Povos Indígenas. Entre as histórias de injustiça social, apropriação de terras e desmatamento, há também histórias positivas igualmente poderosas.

Hoje, reconhecemos e celebramos o trabalho fantástico que está sendo realizado por jovens indígenas como ativistas, educadores e contadores de histórias. Conversamos com quatro jovens indígenas da Indonésia, México e Panamá sobre suas iniciativas, mas especialmente sobre o que eles desejam que outros jovens do mundo todo façam com suas histórias.

Anastasya Dita – Indonésia

Dita é uma jovem cineasta e ativista dayak
que trabalha com a Fundação Ranu Wellum
na região indonésia de Kalimantan.

Graças ao sucesso de anos anteriores, Dita
está organizando um evento comemorativo
especial: “Líderes indígenas — resgatando o
som ancestral e abraçando nossa herança”.
Seu objetivo é “capacitar líderes comunitários
indígenas para atuarem como porta-vozes
ativos em nome dos povos indígenas”.

O que você gostaria que outros jovens do
mundo fizessem com suas histórias?

Eu quero muito que todos os jovens tenham
consciência e ajam. Não se silenciem com
toda a luta que ocorre à sua volta. Eu adoraria
proporcionar inspiração com esta história e
que todos soubessem que são os verdadeiros
defensores.

Iván Jaripio – Panamá

Iván é um cineasta da comunidade indígena
emberá do Panamá.

Depois de participar e conquistar prêmios em
diversos festivais de cinema no mundo todo,
Iván decidiu realizar ele mesmo um festival de cinema indígena para a sua comunidade com
o objetivo de “dar voz a povos indígenas de
todas as nações para visibilizar suas lutas,
crenças, culturas, costumes e cosmovisões”.
Mais de mil pessoas participaram do evento
de três dias.

O que você gostaria que outros jovens do
mundo fizessem com suas histórias?

Eu gostaria que outros jovens narrassem suas
próprias histórias de seu próprio ponto de
vista e produzissem particularmente cinema
indígena. Dessa forma, podemos fazer a
diferença e estabelecer um estilo
cinematográfico com identidade.

Iván lançou um novo filme: Detrás de Bayano.

Ivan Jaripio Embera Piriati

Kalfein Michael Wuisan – Indonésia

Kalfein é um ávido contador de histórias de
Minahasa, Indonésia.

Seguindo um caminho semelhante ao de Iván,
depois de receber treinamento em produção
de vídeo e contação de histórias, Kalfein
decidiu transmitir esse aprendizado à sua
comunidade e organizar um workshop de
redação. 15 jovens escritores se reuniram
para “compartilhar com jovens indígenas e
escritores que vêm ganhando expressão em
Minahasa conhecimentos sobre como
documentar a história de suas aldeias”.

O que você gostaria que outros jovens do
mundo fizessem ou aprendessem com suas
histórias?

Escrever é uma forma de luta. Uma luta
contra o envelhecimento de nossas
memórias; contra o esquecimento de nossa
própria identidade, terra natal e direito de
viver como seres humanos. Portanto, escrever
é uma alternativa extremamente importante
e contextual que pode ser utilizada por
grupos de jovens indígenas para preservarem
suas terras de origem, culturas e tradições.
Além disso, escrever é um esforço para
transmitir conhecimentos às gerações atuais e
futuras.

Bertha Pech – México

Bertha é uma indígena maia do México. Ela
integra o legado cultural realizando
workshops sobre educação ambiental para crianças. “Os jovens podem direcionar outros
jovens rumo a um compromisso com uma
vida digna, o resgate da confiança e de nos
tornarmos pessoas valiosas para a natureza”,
afirma.

O que você gostaria que outros jovens do
mundo fizessem com suas histórias?

Que desenvolvam uma rede mundial de
ativistas ambientais para consolidar um
espaço de participação, debate e consulta
internacional. Que comecem, portanto, a
pensar na educação ambiental a partir de
nossos próprios processos de aplicação,
apropriação e reinvenção ambiental.